Crescer é ampliar horizontes, modos de ver e pensar a vida. Crescer espiritualmente é se abrir para amadurecer visões. Preconceitos se formam para serem superados. Preconceitos são dados a priori, devem ser superados a medida que outras partes do outro ou da realidade, antes obscuras, vão se revelando. Quem não consegue superar preconceitos pode estar com a visão cristalizada, fixa, pois não acompanha as movimentações do outro ou não sai do lugar. O preconceito fixo diz mais do olhar que não se movimenta ou que se fecha do que daquele que é olhado. Quem consegue superar preconceitos tem a chance de se enriquecer na convivência e ampliar visões. Certos preconceitos podem levar a posturas discriminatórias, que são motivadas por sentimentos de superioridade quanto ao valor humano de uma pessoa ou grupos. Levam, não raro, à subjugação de uns contra outros. Na postura discriminatória, alguns acreditam que são providos de um valor humano “superior” numa escala criada por eles próprios. Acreditam que suas características sociais, culturais, biológicas os fazem estar acima na régua que eles mesmos criam. Quem pode definir valor humano para outro humano? A história mostra os rompimentos com essas lógicas do “sangue azul”, do “ter alma”, do “raça pura”. Crescer é também romper com qualquer preconceito cultural, social, linguístico, étnico, racial, de nacionalidade, gênero, religião… Vencer o preconceito discriminatório exige busca por um olhar mais humilde diante do humano. Todo humano é igual e semelhante com diversidade de diferenças.
Para superarmos nossos preconceitos como brasileiros precisamos ampliar a visão sobre nós mesmos e ampliar a visão dos olhos que enxergam a história.
Esse documentário tão poético do antropólogo Darcy Ribeiro “O povo brasileiro” é um convite para revisitar a nossa história superando lascas da gigante pedra dos preconceitos que resistem em permanecer fixos criando réguas para os outros.
Neste link é possível saber mais sobre os capítulos: